A Polícia Civil do Rio de Janeiro informou nesta sexta-feira (31) que 78 dos mortos na Operação Contenção possuíam registros criminais por homicídios, tráfico de drogas, roubos e ataques a policiais, sendo a maioria vinculada ao Comando Vermelho (CV). Do total de 99 mortos identificados, 40 eram oriundos de outros estados.
Segundo as investigações, as comunidades dos complexos do Alemão e da Penha funcionavam como base operacional para criminosos de alta periculosidade de diversas unidades federativas. As autoridades destacaram a presença de líderes do CV que utilizavam o Rio como “QG nacional” para treinamento, fuga e rearticulação de quadrilhas.
Entre os mortos identificados estavam figuras consideradas de alto comando no crime organizado:
- Pepê (chefe do tráfico no Pará);
- Chico Rato e Gringo (Amazonas);
- Mazola, DG e FD (Bahia);
- Fernando Henrique e Rodinha (Goiás);
- Russo (liderança do Espírito Santo).
O secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, afirmou que os dados confirmam alertas feitos pela corporação nos últimos cinco anos: “As favelas se tornariam bases operacionais e um local convidativo para que bandidos de outros estados viessem para cá. Hoje temos a constatação disso”.
Curi acrescentou: “A operação mostrou que as comunidades da Penha e do Alemão se tornaram QG do CV em nível nacional. Marginais de outros estados vêm para o Rio para serem formados aqui e depois voltam para propagar os ensinamentos”.
Situação dos principais alvos
- Edgard Alves de Andrade (Doca) – foragido, apontado como chefe máximo da facção na Penha;
- Thiago do Nascimento Mendes (Belão do Quitungo) – foragido, braço direito de Doca;
- Washington César Braga da Silva (Grandão) – foragido, conhecido como “síndico” do tráfico na região.
O secretário de Segurança Pública, Vítor dos Santos, participou da coletiva ao lado de representantes das forças policiais e afirmou que o enfrentamento ao tráfico continuará. As autoridades alertaram que os números finais de mortos, presos e identificados ainda podem aumentar conforme avançam as análises do Instituto Médico-Legal.
A Operação Contenção, com 121 mortos conforme balanço oficial, é considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro, mas representa apenas uma etapa da ofensiva contra a principal base do Comando Vermelho no país.








 
			 
			




