A Polícia Civil de Mato Grosso instaurou um inquérito para apurar as circunstâncias que envolvem o padre Luciano Braga Simplício, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, localizada em Nova Maringá, a 392 km de Cuiabá. A investigação está sob responsabilidade da Delegacia de São José do Rio Claro (MT).
O caso ganhou repercussão nacional após o sacerdote ser flagrado, no último sábado (11), dentro da casa paroquial com a noiva de um fiel. O episódio foi registrado em vídeo e amplamente divulgado nas redes sociais, gerando grande repercussão na pequena cidade, que tem pouco mais de 5,8 mil habitantes.
As imagens mostram o noivo arrombando a porta da residência paroquial, enquanto o padre, trajando apenas um short, tenta se explicar. A jovem, vestindo um baby-doll, aparece escondida embaixo da pia do banheiro e chorando. Durante o vídeo, o noivo grita: “Abre a porta! Abre a porta ou a gente derruba!”. A gravação foi feita pelo pai do noivo, que acompanhava o filho no momento do flagrante.
Versão do padre
Após a divulgação do vídeo, o padre Luciano Braga Simplício enviou um áudio a fiéis da paróquia para se justificar. Segundo ele, a jovem, de 21 anos, teria pedido para usar um quarto externo para trocar de roupa após participar de uma atividade da igreja. “Ela queria trocar de roupa naquele quarto lá fora. Eu falei que tudo bem. Depois pediu pra tomar banho, e eu autorizei. Quando eu estava no banho, ouvi ela gritar ‘Tem gente, tem gente!!’”, afirmou o sacerdote.
O padre também disse que o noivo da jovem estava viajando e negou qualquer tipo de envolvimento íntimo com ela.
Posição da Igreja
A Diocese de Diamantino informou, por meio de nota, que instaurou uma investigação canônica para apurar a conduta do religioso. “Tendo em vista o bem da Igreja e do povo de Deus, todas as medidas canônicas previstas já estão sendo devidamente tomadas. Pedimos a compreensão e a oração de todos”, declarou a instituição.
De acordo com as normas da Igreja Católica, padres do rito latino não podem manter relacionamentos afetivos ou sexuais. A quebra do voto de celibato é considerada uma infração grave e pode resultar em suspensão ou até no afastamento definitivo das funções sacerdotais.
Apuração criminal
Além da investigação eclesiástica, o caso também será analisado na esfera criminal. A jovem envolvida registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil, alegando divulgação indevida de imagens.
Fontes ligadas à corporação informaram que as investigações deverão examinar ainda a possibilidade de outros crimes, como violação de privacidade, exposição indevida e eventual assédio.