A Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ) abriu uma investigação para identificar moradores que teriam retirado roupas camufladas e armas de suspeitos mortos durante a megaoperação realizada na última terça-feira (28/10) nos complexos do Alemão e da Penha.
A apuração, conduzida pela 25ª DP (Engenho Novo), trata o caso como fraude processual, já que a retirada de itens do local pode alterar a cena do crime e prejudicar a coleta de provas.
Segundo o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, há imagens que mostram civis removendo fardamentos táticos usados por integrantes do Comando Vermelho e abandonando os materiais em vias públicas após o fim dos confrontos.
“Essas pessoas serão investigadas por fraude processual. Temos vídeos de indivíduos retirando roupas camufladas dos marginais e colocando em via pública. Vamos identificar todos”, afirmou Curi em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (29).
A operação, considerada uma das maiores da história do estado, resultou até o momento em 132 mortos, 113 presos — sendo 33 de outros estados —, 10 adolescentes apreendidos, além da apreensão de mais de 100 armas, 14 artefatos explosivos, milhares de munições e toneladas de drogas.
Curi classificou o cenário encontrado pelas forças de segurança como uma verdadeira “guerra urbana”.
“O que a polícia encontra hoje não é mais uma questão de segurança pública, é guerra. Polícia nenhuma do mundo faz o que as polícias Militar e Civil fazem no Rio. Pode chamar CIA, FBI, até a NASA: não vão fazer o que fazemos”, declarou.
O secretário informou ainda que a operação foi planejada por mais de um ano e que a escolha da área de mata para o cerco foi proposital.
“Decidimos aumentar o risco para as nossas tropas e proteger a população. Ocorreu como planejado. A lógica é inversa: quanto mais inteligência, mais confronto”, explicou.
Durante a ação, quatro policiais morreram, sendo considerados pelo comando da corporação como “heróis” que deram a vida em defesa da população.













