O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL) ameaçou abandonar o pai, Jair Bolsonaro (PL), depois de ter sido chamado de “imaturo” pelo ex-presidente. A troca de mensagens entre os dois foi revelada pela Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (20/8), no âmbito das investigações sobre a trama golpista que envolveu ambos.
O atrito começou após uma entrevista de Jair Bolsonaro ao site Poder360, em que o ex-capitão disse que o filho, apesar dos 40 anos, “não é tão maduro assim” para a política. Eduardo não gostou do comentário e respondeu ao pai pelo WhatsApp em tom agressivo, chegando a chamá-lo de “ingrato” e ameaçando retaliar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Nas mensagens, Eduardo também ameaçou abandonar articulações com autoridades dos Estados Unidos, feitas em busca de pressões externas que pudessem interferir no julgamento de Jair Bolsonaro. Em tom exaltado, o deputado acusou o pai de “jogá-lo para baixo” e pediu que tivesse “responsabilidade”. Um dia depois, em 16 de junho, ele recuou, pediu desculpas e alegou ter “pegado pesado” por estar irritado.
Nesta quarta (20/8), a PF indiciou Jair e Eduardo Bolsonaro por coação e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. Segundo os investigadores, pai e filho atuaram juntos para tentar atrapalhar o processo que apura a tentativa de golpe de Estado e buscaram apoio externo para fragilizar a democracia brasileira.