A presidente da Associação da Comunidade do Moinho, Alessandra Moja Cunha, foi presa nessa segunda-feira (8) durante a operação Sharpe, do Ministério Público de São Paulo (MPSP). Segundo as investigações, Alessandra atuava ao lado do irmão, Leonardo Moja, o “Léo do Moinho”, apontado como principal líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) no Centro de São Paulo. Na casa dela, a polícia apreendeu celulares, drogas e materiais usados no tráfico.
Poucos dias antes da prisão, a associação presidida por Alessandra havia republicado em seu perfil no Instagram um vídeo da vereadora Keit Lima (PSOL-SP), no qual são mencionadas supostas conexões entre o crime organizado e políticos de extrema direita. A capa do vídeo destacava uma foto do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) ao lado da placa da Avenida Faria Lima, em São Paulo, com o título: “O crime organizado na Faria Lima. Qual a relação da extrema-direita e do Nikolas Ferreira com o caso?”.
A publicação fazia referência à operação Carbono Oculto, que investiga o uso do setor de combustíveis e fundos de investimento para lavagem de dinheiro do PCC. No vídeo, Keit Lima afirma que “o crime organizado que banca a vida de muita gente rica, inclusive muitos políticos, não está nas periferias, mas no centro financeiro do país”. O material também resgatava a polêmica sobre o Pix e a fiscalização da Receita Federal, medida que avançou após a operação.
O MPSP acusa Alessandra de coordenar cobranças ilegais a moradores da Favela do Moinho que aceitavam o acordo do governo paulista para deixar a área em troca de auxílio e futura realocação em imóveis da CDHU. Segundo a investigação, ela controlava a arrecadação desses valores, além de participar de atividades de lavagem de dinheiro ligadas ao PCC. Em junho, a associação chegou a receber o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a primeira-dama Janja da Silva em visita à comunidade.













