O governo do Território da Capital Australiana (ACT), na Austrália, está avaliando uma proposta que pode transformar o modo como os cães são cuidados em casa. Um novo Código de Práticas para o Bem-Estar dos Cães propõe tornar obrigatória a convivência mínima de três horas diárias entre tutores e seus animais de estimação.
A medida, se aprovada, será inédita e poderá tornar-se referência mundial em legislações de proteção animal. O objetivo é assegurar que os cães recebam não apenas cuidados básicos, mas também atenção emocional, estímulo mental e contato social regular com seus responsáveis.
Cães não podem viver isolados, alerta governo
O projeto de lei parte da premissa de que a solidão e o isolamento afetam diretamente o bem-estar físico e psicológico dos cães. A exigência de três horas diárias de interação com humanos é vista como uma forma de garantir saúde mental aos animais — um aspecto frequentemente negligenciado, segundo os formuladores da proposta.
A legislação ainda está em fase de avaliação, mas já gera debates sobre os impactos práticos da exigência, especialmente para tutores com rotinas de trabalho intensas.
Outras mudanças no cuidado com os cães
Além da convivência obrigatória, o código sugere novas diretrizes como:
- Desencorajamento do uso de guias retráteis, por oferecerem menor controle em espaços públicos;
- Restrições mais rígidas ao “descascamento cirúrgico”, procedimento que remove parte das cordas vocais dos cães — prática legal em algumas regiões, mas criticada por especialistas;
- Reforço à importância do contato humano diário como item essencial ao bem-estar canino.
As autoridades destacam que o foco da medida não é penalizar tutores, mas promover uma cultura de cuidado mais completa e empática.
Próximos passos
O projeto faz parte de uma revisão mais ampla das normas de bem-estar animal na região. Ainda não há previsão para votação, mas o governo local afirmou que está consultando especialistas, organizações de proteção animal e a população antes de tomar uma decisão final.
Se implementada, a nova regra colocará o ACT na dianteira de políticas públicas voltadas à qualidade de vida dos animais de estimação — e pode inspirar outros países a adotar medidas semelhantes.