A conversa por telefone entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, realizada na manhã desta segunda-feira (6/10), durou cerca de 30 minutos e foi marcada por momentos de descontração e divergência.
Segundo auxiliares, a conversa começou com o petista quebrando o gelo ao brincar com o fato de ele e Trump serem octogenários (ambos com 79 anos). Trump respondeu que se sente “mais forte” do que aos 40 anos, e Lula concordou.
No entanto, houve um momento de divergência filosófica: ao ouvir Lula afirmar que não tem inimigos, o ex-presidente americano prontamente disse ter os seus. Trump também aproveitou o diálogo para voltar a reclamar da falha do teleprompter durante seu discurso na Assembleia-Geral da ONU em setembro, evento onde os dois se encontraram pessoalmente pela primeira vez.
Apesar dos temas pessoais, a pauta da ligação foi focada em questões de interesse bilateral, com Lula fazendo dois pedidos diretos ao líder americano:
O fim do tarifaço contra importações brasileiras.
A revogação das sanções impostas a autoridades brasileiras.
Em resposta, Trump designou o secretário de Estado americano, Marco Rubio, para dar continuidade às negociações com a comitiva brasileira, composta pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Mauro Vieira (Itamaraty). A conversa foi realizada por Lula diretamente do Palácio da Alvorada, com a presença de Alckmin, Haddad, Vieira, Sidônio Palmeira (Secom) e Celso Amorim.
Encontros Futuros e Nomes Ausentes
Os presidentes também concordaram em se encontrar pessoalmente em breve. Lula sugeriu a Cúpula da Asean, na Malásia, no final de outubro, como um possível local para o encontro, reiterou o convite para Trump participar da COP30 em Belém (PA) e se colocou à disposição para viajar aos Estados Unidos.
Apesar de Lula ter solicitado a revogação de sanções, fontes do Palácio do Planalto confirmaram que os nomes do ministro do STF Alexandre de Moraes e do ex-presidente Jair Bolsonaro não foram citados durante o telefonema.