O Ministério Público de São Paulo (MPSP) e a Receita Federal deflagraram, nesta quinta-feira (25), a Operação Spare, que investiga um esquema bilionário de lavagem de dinheiro e adulteração de combustíveis com ramificações diretas no Primeiro Comando da Capital (PCC).
Ao todo, foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão em diferentes cidades, incluindo São Paulo, Santo André, Barueri, Bertioga, Campos do Jordão e Osasco. Um dos alvos foi um endereço na Avenida Paulista.
Segundo as investigações, o grupo movimentou bilhões por meio de empresas de fachada e negócios controlados indiretamente pela facção criminosa. Entre os empreendimentos utilizados estavam postos de combustíveis, franquias, imóveis e 60 motéis na capital paulista — incluindo alguns dos mais conhecidos da cidade.
Em coletiva, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, classificou a operação como um marco no combate às finanças do crime organizado. “Estamos diante de um momento histórico no combate à lavagem de dinheiro”, declarou.
Apesar de alguns postos ainda estarem formalmente em nome dos antigos proprietários, a apuração revelou que o controle efetivo era exercido por integrantes do PCC. A estrutura servia tanto para movimentar recursos ilícitos quanto para comercializar combustível adulterado.
As análises da Receita identificaram 55 réus envolvidos no esquema, todos ligados a movimentações suspeitas. A rede criminosa utilizava contabilidade paralela e ‘laranjas’ para ocultar os lucros, inserindo dinheiro em espécie ou via maquininhas associadas a fintechs. Posteriormente, os valores eram reinvestidos em diferentes setores para dar aparência de legalidade.