A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga as circunstâncias das mortes da modelo e estudante de medicina Lidiane Aline Lorenço, de 33 anos, e de sua filha, Miana Sophya Santos, de 15. As duas foram encontradas mortas no último dia 9 de outubro dentro do apartamento onde moravam, na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
Segundo o depoimento da síndica do condomínio à 16ª DP (Barra da Tijuca), a última vez que mãe e filha foram vistas foi em 4 de outubro, quando estavam em um salão de beleza no próprio prédio. Naturais de Santa Catarina, elas residiam na capital fluminense há alguns anos. A filha, Miana, havia se mudado recentemente para viver com a mãe.
Os agentes da 16ª DP não encontraram sinais aparentes de violência no imóvel. Os corpos foram submetidos a necropsia e exames complementares ainda serão realizados para determinar a causa das mortes, o que confere um “enredo misterioso” ao caso, como descreveu o jornal britânico “Daily Mail” em reportagem que ganhou repercussão internacional. O veículo destacou que vizinhos teriam alertado a administração do prédio após sentirem um cheiro forte vindo do apartamento e ressaltou que Lidiane era uma “influenciadora glamourosa” e que os corpos foram encontrados em cômodos diferentes.
Vida pessoal e mensagens nas redes sociais
Lidiane, que tinha mais de 50 mil seguidores nas redes sociais, compartilhava registros de trabalhos e do dia a dia. A modelo, que chegou a se afastar da internet por alguns meses, levava uma vida mais reclusa. Em sua última publicação no Instagram, de 18 de fevereiro, ela escreveu: “Por trás de toda mulher forte existiu uma garota que não tinha escolha…aprendia a nadar ou afundava”.
A modelo também fazia publicações sobre sua rotina como estudante de medicina, profissão que era um grande anseio, segundo a família. “Medicina não é você quem escolhe. Ela te escolhe”, postou em 2024.
Família contesta informações e pede empatia
Em meio à dor e às especulações, a família de Lidiane divulgou uma nota na terça-feira (14) pedindo respeito e empatia, e contestando informações publicadas sobre a trajetória da influenciadora.
A nota, assinada pelos advogados Dr. José Orlando Senna e Rodrigo Moulin Leite, do escritório Senna Advogados, expressa o “profundo luto inestimável” e declara que a família está “de coração partido pela partida prematura de uma mulher cheia de vida, sonhos e um amor imensurável pela sua filha”.
O comunicado reforça que o sonho de Lidiane era se tornar médica, impulsionado, inclusive, por sua própria condição de saúde, sendo “falsas as informações de algumas mídias de que teria abandonado a profissão de médica para ser influencer digital.”
A família pede encarecidamente que, neste momento de extrema fragilidade, a memória de Lidiane e sua filha sejam preservadas, repudiando “boatos maldosos e especulações infundadas” que tentam macular sua imagem.
Diante da ausência de provas sólidas sobre o ocorrido, o comunicado solicita que a imprensa e o público aguardem as apurações oficiais, “evitando a propagação de informações não confirmadas que apenas aumentam o sofrimento de todos que amavam Lidiane e Miana Sophia.” A 16ª DP segue com as diligências em andamento para esclarecer o caso.