Representantes do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB) e moradores da região dos Flexais, em Bebedouro, se reuniram na última terça-feira (22) com o Ministério Público Federal (MPF), o Ministério Público do Estado de Alagoas (MP/AL) e a Defensoria Pública da União (DPU). O encontro teve como objetivo ouvir as vítimas e discutir questões relacionadas ao impacto do afundamento do solo, causado pela extração de sal-gema pela Braskem em Maceió.
Durante a reunião, foram abordadas questões jurídicas referentes ao acordo de 2022, que estabelece a obrigação da Braskem de reverter o isolamento socioeconômico da região, e dúvidas sobre o Relatório Independente recentemente divulgado. Os moradores enfatizaram que não se opõem às obras de revitalização, mas reforçaram o desejo de serem realocados, destacando os transtornos e riscos enfrentados:
“O que foi dito é que não somos contra quem quer ficar na região. Mas, que as obras estão gerando muitos transtornos, que lutamos pela realocação e que a região não tem como ser revitalizada. As pessoas dos Flexais estão pagando um custo muito alto por essa revitalização e estão sendo transformadas em cobaias: ‘se não der certo, a gente vê a realocação”, diz o acréscimo ao relatório solicitado pelos moradores.
As procuradoras da República Julia Cadete, Juliana Câmara e Roberta Bomfim, e o promotor de Justiça de Urbanismo Jorge Dória receberam os moradores, enquanto o defensor regional dos direitos humanos Diego Alves participou remotamente. As instituições reforçaram a importância do diálogo qualificado e da escuta ativa de todos os afetados direta ou indiretamente.
União e Braskem são acusadas de dificultar realocação
No último final de semana, o defensor público estadual Ricardo Melro utilizou as redes sociais para denunciar um suposto “complô” entre a União e a Braskem, visando dificultar a realocação dos moradores dos Flexais durante a tramitação das ações na Justiça Federal.













