O ensino público paranaense, embora apresente os melhores índices do Ideb nacional, não inclui nenhuma instituição entre as 50 primeiras colocações no Enem 2024. Das sete escolas estaduais com melhor desempenho no indicador federal, apenas duas seguem o formato cívico-militar.
O modelo de gestão compartilhada com policiais militares tem se expandido em território nacional. Até 2015, existiam 56 escolas estaduais e nenhuma municipal nesse sistema. Atualmente, a rede conta com 875 unidades administradas por governos estaduais, 426 por prefeituras, 25 por entidades privadas e 94 vinculadas a órgãos de segurança ou Forças Armadas.
Governadores de diferentes orientações políticas têm implementado a proposta. Ronaldo Caiado (GO) e Tarcísio de Freitas (SP), ambos com possível interesse na sucessão presidencial, adotam o programa. Na Bahia e no Maranhão, estados com administrações do campo progressista, os governadores Jerônimo Rodrigues (PT) e Carlos Brandão (PSB) participam regularmente de inaugurações de novas unidades.
Especialistas questionam a eficácia educacional do modelo. De acordo com a geógrafa Rafaela Miyake, pesquisadora do tema, “essas unidades, ao se tornarem militarizadas, deixam de oferecer matrículas de EJA (Educação de Jovens e Adultos), fecham turmas à noite e reduzem vagas no ensino médio. Isso eleva automaticamente a nota no Ideb, porque os alunos com menor rendimento geralmente são aqueles que conciliam estudo e trabalho”.













