A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu suspender de forma temporária todas as atividades relacionadas ao medicamento de terapia gênica Elevidys (delandistrogeno moxeparvoveque) no Brasil. A medida inclui a fabricação, importação, distribuição, venda, divulgação e uso do produto, e foi adotada por precaução. A resolução foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União nessa quinta-feira, (24)
Após a notificação de mortes por insuficiência hepática aguda, condição que leva à falência do fígado, em pacientes tratados com o medicamento nos Estados Unidos, a suspensão seguirá válida no Brasil até que todas as dúvidas sobre a segurança do produto sejam completamente esclarecidas.
Utilizado no tratamento da distrofia muscular de Duchenne (DMD), uma doença genética rara e progressiva, o Elevidys é atualmente o único medicamento com potencial de desacelerar o avanço da enfermidade. Ele também está entre os mais caros do mundo, com custo que pode chegar a R$ 17 milhões por paciente.
O Elevidys, considerado um dos medicamentos mais caros do mundo e o único disponível no Brasil para tratar crianças com distrofia muscular de Duchenne (DMD), foi incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) em fevereiro deste ano. A Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) fixou seu preço máximo em R$ 11 milhões, tornando-o o remédio mais caro do país.
A distrofia muscular de Duchenne é uma doença genética rara que afeta principalmente meninos e se caracteriza pela ausência ou alteração da proteína distrofina nos músculos, causando fraqueza progressiva que compromete habilidades motoras básicas, como correr, pular e subir escadas.