O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, avaliou nesta quarta-feira (1º) como “graves” e “sérias” as recentes movimentações militares no Caribe. Durante audiência na Câmara dos Deputados, ele ressaltou que a estabilidade da América Latina depende da rejeição a iniciativas de militarização que possam afetar gerações futuras.
“Acreditamos que, sim, são graves, são sérias. São movimentações militares próximas de águas territoriais de outros Estados do Caribe”, afirmou o chanceler, acrescentando esperar que não haja “invasão de mar territorial de nenhum país ou qualquer atividade hostil”.
Nos últimos dias, os Estados Unidos realizaram ataques contra embarcações oriundas da Venezuela, alegando que os barcos transportavam drogas. Segundo Washington, a ação tem como objetivo combater o narcotráfico e o terrorismo.
Vieira destacou que o tráfico de drogas já é tratado em “inúmeros acordos internacionais”, com regras específicas, e reiterou a posição do Brasil contra a proliferação de armas nucleares e em defesa do desarmamento.
“Vivemos um momento crescente de polarização e instabilidade na América Latina e Caribe. Manter a região como zona de paz é nossa prioridade. Somos um continente livre de armas de destruição em massa, sem conflitos étnicos ou religiosos. A estabilidade da América Latina e do Caribe depende da preservação de seus valores pacíficos e da rejeição clara a qualquer forma de militarização que possa comprometer o futuro das próximas gerações”, declarou.