O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou nesta segunda-feira (22) que seu país reconheceu o Estado da Palestina. Em um discurso na Assembleia Geral da ONU em Nova York, ele afirmou que a decisão visa a paz entre israelenses e palestinos. “Recai sobre nós uma responsabilidade histórica. Devemos fazer todo o possível para preservar a própria possibilidade de uma solução de dois Estados, Israel e Palestina, vivendo lado a lado em paz e segurança”, declarou Macron.
A decisão francesa tem um peso simbólico considerável, pois a França abriga as maiores comunidades judaica e muçulmana da Europa. Com essa medida, o país se junta a um movimento crescente, liderado por outras nações, que busca aumentar a pressão diplomática em relação ao conflito.
O reconhecimento da França ocorre um dia após o Reino Unido, Canadá, Austrália e Portugal também oficializarem a medida. Atualmente, mais de 140 países, incluindo o Brasil, já reconhecem o Estado Palestino. A onda de formalizações começou em 2024, quando Espanha, Irlanda, Noruega e Eslovênia romperam uma década de inércia europeia sobre o tema.
Esses reconhecimentos são vistos como uma forma de protesto político contra a expansão de assentamentos e a presença militar de Israel nos territórios palestinos. Com a nova decisão, a França, juntamente com a Arábia Saudita, planeja intensificar os esforços diplomáticos para influenciar outros países a seguir o mesmo caminho.
Reações e o contexto da guerra em Gaza
A decisão francesa, que já havia sido anunciada em julho, foi criticada por autoridades israelenses. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu classificou a medida como uma recompensa ao “terror” e alertou para o risco de criar “mais um representante do Irã” na região.
O aumento no número de reconhecimentos ocorre em um momento crítico, enquanto Israel trava uma guerra na Faixa de Gaza e intensifica a expansão de colônias na Cisjordânia, os dois territórios habitados por palestinos. No total, cerca de 80% dos 193 membros da ONU já reconhecem oficialmente um Estado palestino, enquanto nações como os Estados Unidos, Alemanha e Itália ainda evitam a medida.