O Planalto e a Casa Branca iniciaram as negociações para uma ligação entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump, com o objetivo de pavimentar um futuro encontro presencial. Embora incerto, o telefonema pode ocorrer nesta quarta-feira (1º/10) ou na próxima semana, após o retorno de Lula de uma viagem ao Pará.
A possibilidade de diálogo surgiu depois que o presidente dos EUA afirmou, na Assembleia das Nações Unidas, ter tido uma boa “química” com o brasileiro e sinalizou disposição para conversar. Fontes palacianas esperam que Lula e Trump se encontrem na Malásia em outubro, durante um evento da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean Summit), que ocorre entre 26 e 28 de outubro.
A ligação é vista como uma oportunidade para o Brasil “medir a temperatura” do que um encontro com Trump — em solo neutro — poderia significar.
As relações bilaterais enfrentam um impasse devido às sanções comerciais e políticas impostas por Washington, que promoveram um tarifaço contra importações de produtos brasileiros. Essas medidas foram aplicadas em meio a uma crise política e possuem impactos econômicos em ambos os países. Trump é aliado de Jair Bolsonaro (PL) e tenta pressionar o STF a suspender ações contra o ex-presidente e medidas que regulam as big techs.
O temor dos auxiliares de Lula é que a sinalização de diálogo de Trump seja uma “armadilha”, lembrando que o presidente dos EUA já expôs publicamente o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em situação semelhante.