O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), desistiu de integrar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apesar de ter sido cotado para assumir pastas estratégicas, como Agricultura, Saúde ou Relações Institucionais. A decisão foi tomada após alertas do senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente nacional do Progressistas, sobre o impacto negativo que a adesão ao governo petista poderia ter na base eleitoral de Lira, majoritariamente de direita.
Segundo interlocutores ouvidos pela Revista Oeste, Ciro foi direto ao afirmar que, ao aceitar um cargo de ministro, Lira “poderia esquecer” a candidatura ao Senado em 2026. A advertência surtiu efeito. Lira optou por manter-se fora da Esplanada dos Ministérios, preservando seu capital político no Congresso e sua influência nos bastidores do centrão.
A recusa foi vista com frustração por aliados do presidente Lula, que viam em Lira um potencial articulador do governo junto ao Legislativo. Nos bastidores, o nome do alagoano chegou a circular com força para o Ministério da Agricultura, dada sua relação com o setor do agronegócio. Também foram consideradas as opções da Saúde e da Secretaria de Relações Institucionais.
A decisão de Lira ocorre em meio à queda de aprovação do governo federal. Três pesquisas recentes — Ipec, AtlasIntel e Genial/Quaest — registraram recuos nos índices positivos da gestão Lula. De acordo com o Ipec, a avaliação “ótima” ou “boa” caiu de 38% para 33% entre dezembro e março, enquanto a reprovação (“ruim” ou “péssimo”) subiu de 30% para 32%.
A AtlasIntel mostrou redução de aprovação de 42% para 38%, e aumento da reprovação de 39% para 41%. Já a Genial/Quaest apontou crescimento da avaliação negativa de 29% para 34%. O cenário reforça a estratégia de Lira: manter-se distante de um governo em desgaste, focado em consolidar sua candidatura ao Senado em 2026.
Fonte – Extra