Israel interceptou, na última quarta-feira (1º), barcos de ativistas que navegavam em direção à Faixa de Gaza. A flotilha, chamada Global Sumud, era composta por ao menos 44 embarcações civis e cerca de 500 pessoas, entre elas a ativista Greta Thunberg. De acordo com os organizadores, o grupo transportava ajuda humanitária destinada à população de Gaza.
Desde então, representantes do Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil vêm acompanhando a situação de 13 cidadãos brasileiros que estavam entre os detidos. Eles estão sob custódia em Ketziot, no deserto de Negev — o maior centro de detenção de Israel em termos de área territorial.
No domingo (5), a assessoria da deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) informou que as audiências judiciais dos brasileiros e brasileiras detidos ilegalmente em Israel foram concluídas. “Com essa etapa encerrada, as autoridades israelenses podem iniciar os procedimentos de deportação, embora ainda não haja confirmação oficial sobre prazos ou condições. De acordo com a Embaixada do Brasil em Tel Aviv, a expectativa é de que informações sobre os voos de deportação sejam comunicadas assim que houver definição por parte do governo israelense”, diz a nota da parlamentar.
O texto segue: “Segundo a coordenação da flotilha humanitária, que levava remédios e alimentos ao povo palestino, os participantes seguem sob custódia israelense em condições gravemente precárias, com restrição de água, alimentação e medicamentos essenciais, além de relatos de forte pressão psicológica e até agressões físicas a alguns dos ativistas”.
Na sexta-feira (3), representantes da embaixada brasileira em Tel Aviv estiveram com os detidos em dois encontros separados — um com os homens e outro com as mulheres. Fontes diplomáticas relataram que todos estavam em boas condições de saúde, sem apresentar problemas físicos. Os israelenses teriam oferecido aos detidos a possibilidade de assinar um documento para agilizar o processo de deportação.
Até a última atualização, apenas cinco dos 13 brasileiros manifestaram interesse em aceitar o procedimento simplificado. Os demais seguem aguardando o desfecho de um processo judicial, que pode resultar em deportação em um momento posterior.
Nesta segunda-feira (6), representantes do MRE realizaram uma nova visita aos brasileiros em Ketziot. O Itamaraty não divulgou detalhes e disse à CNN que o tema está “em evolução”.
Segundo o Itamaraty, a Embaixada do Brasil em Tel Aviv “está em contato permanente com as autoridades israelenses, de modo a prestar a assistência consular cabível aos nacionais, conforme estabelece a Convenção de Viena sobre Relações Consulares”.