Polícia Civil apura cadeia de fraudes após mortes por intoxicação; fábrica clandestina desmantelada usava etanol supostamente contaminado de postos de gasolina.
A Polícia Civil de São Paulo revelou a desarticulação de uma fábrica clandestina de bebidas em São Bernardo do Campo, ABC Paulista, sob suspeita de produzir álcool adulterado com metanol, uma substância altamente tóxica. A investigação, divulgada em primeira mão pelo programa Fantástico, sugere que o metanol letal pode ter origem em combustíveis adquiridos em postos, indicando uma complexa rede de fraudes que atinge diversos setores.
A toxicidade das bebidas foi confirmada em uma blitz na Mooca, zona leste de São Paulo, onde dois homens faleceram após o consumo. Nove garrafas (oito de vodca e uma de gin) foram apreendidas, e a perícia identificou concentrações de metanol de até 45% em algumas amostras — um nível fatal, considerando que o limite tolerável é de apenas duas gotas a cada 100 ml.
Uma mulher, ligada a uma empresa familiar com cerca de 20 anos de atuação, foi presa em flagrante por adulteração de produto alimentício.
Um ponto central da investigação é a suspeita de que o etanol utilizado na produção das bebidas tenha sido comprado já contaminado em postos de combustíveis, expandindo o foco da apuração.
Até o momento, 29 pessoas foram intoxicadas, e cinco delas morreram. Os casos se concentram predominantemente em São Paulo, mas também há registros no Paraná e no Rio Grande do Sul. A Polícia Civil continua a busca por outras instalações clandestinas e apura a responsabilidade de postos de gasolina que podem ter fornecido o álcool adulterado.