A Justiça Federal determinou a realização de uma inspeção no bairro Bom Parto, em Maceió, para verificar os danos causados pelo afundamento do solo ligado às atividades da Braskem. A vistoria, marcada para 22 de julho, foi solicitada pela Defensoria Pública, que pretende estender o plano de realocação de moradores para outras áreas em risco.
Especialistas da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) participarão da inspeção, que deve fornecer ao Judiciário elementos para decidir se outras regiões, como a Rua Marquês de Abrantes, também devem ser incluídas na chamada zona de Criticidade 1 — classificação que indica alto risco de desabamento.
Segundo o defensor Ricardo Melro, vídeos, fotos e relatórios já foram anexados ao processo, comprovando a gravidade das rachaduras, trincas e instabilidade em imóveis fora da área atualmente contemplada pelo plano de evacuação. A expectativa é que, com a inspeção, a Justiça compreenda a extensão do problema e determine a ampliação do realojamento das famílias ameaçadas.
Desde 2018, quando começaram a surgir rachaduras de grande porte, mais de 55 mil pessoas tiveram que deixar suas casas por causa do risco de colapso do solo, em uma das maiores tragédias ambientais urbanas do país.