O rapper Hungria, de 34 anos, está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília, após apresentar sintomas que levantaram a suspeita de intoxicação por metanol. Segundo relato de sua irmã, Manoela Hungria, o artista começou a passar mal ainda pela manhã e pediu ajuda, alegando sentir um forte gosto de gasolina na boca, além de fraqueza extrema. Os sintomas incluíam também cefaleia, náuseas, vômitos, turvação visual e acidose metabólica.
A família acionou uma ambulância, que o encaminhou imediatamente ao hospital. Manoela afirmou que o estado do cantor causou preocupação desde o início, levando à rápida internação. O tratamento inicial incluiu hemodiálise e a administração de etanol — cerca de 200 ml — como medida para neutralizar os efeitos do metanol, caso a suspeita se confirmasse. Segundo os médicos, o etanol é preferido nesses casos por ser menos tóxico ao organismo.
Embora ainda não haja confirmação laboratorial da presença de metanol no organismo do artista, a equipe médica optou por iniciar o tratamento como se a intoxicação estivesse confirmada, justamente devido à gravidade dos sintomas. O médico infectologista Leandro Machado explicou que o protocolo foi adotado preventivamente, já que o quadro clínico é compatível com o envenenamento por metanol, que pode ser fatal se não tratado rapidamente.
Durante entrevista à imprensa, o irmão do cantor, Leandro Hungria, criticou insinuações de que o caso poderia ter sido encenado para gerar engajamento nas redes sociais. Ele classificou tais rumores como “má-fé” e reforçou que todos os exames e relatórios médicos estarão disponíveis para autoridades e público. “É irresponsável insinuar algo tão sério. Estamos lidando com uma situação de saúde crítica”, afirmou.
De acordo com o boletim médico divulgado pelo Hospital DF Star, Hungria encontra-se estável, consciente, orientado e respirando espontaneamente, embora ainda não haja previsão de alta. O caso se soma a uma série de notificações recentes de possíveis intoxicações por metanol no Brasil, acendendo o alerta para o consumo de bebidas adulteradas. A confirmação do diagnóstico deve ocorrer após a conclusão dos exames laboratoriais.
Cantor em observação
O cantor Hungria foi internado às pressas na manhã da última quinta-feira (2/10), apresentando sintomas característicos de intoxicação por metanol. Entre os sinais clínicos estavam cefaleia, náuseas, vômitos, turvação visual e acidose metabólica. A suspeita surgiu após o artista consumir bebida alcoólica comprada na noite anterior, em uma distribuidora localizada em Vicente Pires (DF), antes de seguir para a casa de amigos na mesma região.
Apesar de o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, inicialmente confirmar que o rapper estava intoxicado por metanol, ele voltou atrás e afirmou que o diagnóstico definitivo ainda depende da conclusão dos exames laboratoriais. A precaução é necessária devido à gravidade dos sintomas e à semelhança com outras condições clínicas.
A distribuidora onde a bebida foi adquirida, chamada Amsterdan, foi interditada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e pela Vigilância Sanitária. A operação identificou que o estabelecimento funcionava de forma totalmente irregular, sem qualquer tipo de licença. Além disso, não havia iniciado nenhum trâmite para se legalizar junto a órgãos como Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, DF Legal, Ibram e Vigilância Sanitária.
Diante da gravidade do caso, as autoridades apreenderam diversos lotes de bebidas alcoólicas do local, incluindo uísque, vodca e gin. Os produtos foram encaminhados ao Instituto de Criminalística da PCDF, responsável por realizar as análises e detectar a possível presença de metanol nas amostras recolhidas.
A investigação continua em andamento e, até que os laudos sejam concluídos, o caso permanece como suspeita de intoxicação. O episódio acende um alerta sobre o consumo de bebidas de procedência duvidosa e reforça a necessidade de fiscalização mais rigorosa sobre estabelecimentos clandestinos.