O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (3/6) que o governo federal tem condições de promover o ajuste das contas públicas sem impor sacrifícios à população mais vulnerável. Segundo ele, há margem fiscal suficiente para realizar correções sem que isso recaia sobre os mais pobres.
“Podemos fazer um ajuste pela primeira vez que não seja recessivo e que não aponte o dedo para as camadas que não têm vez”, declarou Haddad durante o evento Os Três Poderes e a Democracia: Conflitos e consensos, promovido pela revista Piauí. “Tem muito espaço fiscal para corrigir as contas sem penalizar quem precisa”, reforçou.
A declaração acontece em um momento em que o governo discute alternativas para equilibrar o orçamento, incluindo mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e outras medidas que compõem o pacote de ajuste fiscal.
Haddad também adiantou que a proposta em construção deve incluir uma emenda à Constituição (PEC), um projeto de lei (PL) e possivelmente uma medida provisória (MP), tudo isso articulado junto ao Congresso Nacional, que, segundo ele, já abriu espaço para uma agenda de reformas estruturais.
Ao destacar que o país pode promover um reequilíbrio fiscal sem adotar políticas que aprofundem a desigualdade, o ministro sinaliza uma tentativa de romper com práticas anteriores que concentravam os efeitos do ajuste justamente sobre quem menos tem.