Uma ação coordenada pelo Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) foi deflagrada na manhã desta quinta-feira, 16 de outubro, para investigar um esquema de falsificação de documentos, fraudes fiscais e uso indevido de estruturas empresariais. A operação, batizada de “Ceres”, mira uma suposta organização criminosa acusada de provocar um prejuízo estimado em R$ 16 milhões aos cofres públicos.
As suspeitas envolvem empresas atacadistas do setor alimentício, registradas em nome de terceiros, utilizadas para comercializar produtos como farinha de trigo sem o recolhimento adequado de tributos. De acordo com as investigações, o grupo operava com apoio de contadores especializados em práticas fraudulentas.
Ao todo, foram expedidos 13 mandados de busca e apreensão pela 17ª Vara Criminal da Capital, com cumprimento nas cidades de Maceió e Arapiraca. As ordens judiciais atingem oito pessoas físicas e cinco empresas.
A apuração teve início a partir de informações repassadas pela Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz/AL), que identificou indícios de crimes contra o sistema tributário, falsificação de informações e atuação em associação criminosa. Os dados revelaram movimentações financeiras incompatíveis com o perfil dos sócios registrados nas empresas, o que levantou suspeitas sobre o uso de “laranjas” para ocultar os verdadeiros beneficiários das operações.
De acordo com o levantamento, as companhias investigadas acumulam R$ 3,4 milhões inscritos em dívida ativa. Além disso, a dívida tributária administrativa somada supera R$ 16 milhões, valor que corresponde ao impacto estimado da fraude para os cofres do estado.
A operação contou com a participação de diversas instituições, incluindo a Secretaria de Segurança Pública, as Polícias Civil e Militar, a Procuradoria-Geral do Estado (PGE), a Sefaz/AL e a Polícia Científica.