O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou a favor da validade da delação de Mauro Cid, mas com ressalvas. Durante o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus, a Primeira Turma do STF retomou a análise do caso nesta quarta-feira (10). Fux argumentou que, devido a “oscilações” nos depoimentos de Cid, os benefícios do acordo precisam de uma “calibragem”.
Segundo Fux, a delação do tenente-coronel não alcançou a “amplitude” e “efetividade” que a acusação esperava, justificando uma **redução dos benefícios** a um patamar mais baixo. Ele propôs a diminuição de um terço da pena que vier a ser aplicada a Cid, além da restituição de bens, extensão dos benefícios a familiares e garantia de segurança pela Polícia Federal.
Apesar de aceitar a delação, Fux divergiu de outros pontos da acusação. Ele derrubou o crime de organização criminosa armada, alegando que a denúncia não especificou o uso de armas de fogo nem a intenção de praticar delitos de forma estável. No entanto, o ministro reconheceu que os réus cometeram, no mínimo, o crime de concurso de pessoas.
Fux foi o terceiro a votar no julgamento, que até então tinha o placar de 2 a 0 pela condenação de Bolsonaro e dos demais réus, com os votos de Alexandre de Moraes e Flávio Dino. O posicionamento de Fux adiciona uma nova perspectiva ao caso, que continua a ser debatido na Corte.