O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) protocolou uma representação no Tribunal de Contas da União (TCU) pedindo a suspensão do empréstimo de R$ 20 bilhões que o governo federal pretende destinar aos Correios. O parlamentar também solicita que o órgão investigue a operação de crédito e as razões que levaram a estatal a acumular prejuízos de cerca de R$ 7 bilhões entre 2024 e 2025.
Na representação, Flávio afirma que “atos praticados por agentes do Ministério da Fazenda, do Tesouro Nacional, da Casa Civil e da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) indicam possíveis irregularidades e ilegalidades” na negociação do empréstimo, que ainda está em fase de discussão.
O senador atribui ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o que classifica como “deterioração financeira e administrativa” da estatal. Segundo ele, os prejuízos acumulados nos últimos dois anos apontam para “práticas administrativas temerárias”. “Em 2024, a empresa registrou perdas de R$ 2,6 bilhões. Já no primeiro semestre de 2025, o déficit chegou a R$ 4,4 bilhões, superando todo o prejuízo do ano anterior”, destacou o parlamentar.
Empréstimo em duas etapas
De acordo com o plano do governo, o empréstimo de R$ 20 bilhões seria dividido em duas parcelas, com recursos provenientes de bancos públicos e privados, como parte de uma estratégia de reestruturação financeira dos Correios.
Flávio Bolsonaro, no entanto, alerta para o que considera “risco de inadimplência” e uso indevido de recursos públicos como garantidores da operação. “A situação fiscal da empresa e o custo elevado da operação exigem cautela e fiscalização rigorosa para garantir a legalidade e a proteção do erário”, argumenta o senador.
Na representação, ele pede que o TCU suspenda as negociações até que o Senado possa analisar os termos do empréstimo e o tribunal emita um parecer sobre a legalidade da operação. Flávio também solicita uma auditoria sobre as finanças da estatal e questiona o fato de a segunda parcela do empréstimo — de R$ 10 bilhões — estar prevista para 2026, ano de eleições, levantando suspeitas de eventual uso político dos recursos.












