O representante comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer, afirmou nesta quarta-feira (15) que 40% das tarifas impostas a produtos brasileiros referem-se a preocupações com o Estado de Direito, liberdade de expressão e direitos humanos no país.
Em coletiva de imprensa conjunta com o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, Greer explicou que a taxa total de 50% sobre importações do Brasil inclui 10% de tarifa recíproca, “que todo mundo tem”, e 40% relacionados a questões institucionais. O representante comercial mencionou, sem identificar nomes, que “um juiz brasileiro tomou para si responsabilidades de ordenar que empresas dos EUA se autocensurem, dando-lhe ordens secretas para gerenciar o fluxo de informações”.
Bessent complementou as declarações acrescentando que houve ” detenção ilegal de cidadãos americanos que estavam no Brasil”.
As manifestações ocorrem um dia antes do encontro entre o chanceler brasileiro Mauro Vieira e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, previsto para esta quinta-feira (16). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia confirmado anteriormente a reunião para discutir as tarifas.
A medida tarifária foi implementada em agosto de 2025 pelo governo norte-americano. Em ocasião anterior, o presidente Donald Trump mencionou o ex-presidente Jair Bolsonaro e alegou que autoridades brasileiras estariam perseguindo o ex-mandatário.
O contexto inclui ainda a mudança do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para os Estados Unidos, onde tem articulado ações contra decisões do Supremo Tribunal Federal relativas ao pai, condenado por tentativa de golpe de Estado. O parlamentar responde a processo na Procuradoria-Geral da República sob acusação de coação no curso do processo.