A segunda etapa da Operação Contrato Cego, realizada nesta quinta-feira (6) em Maceió, determinou a interdição de duas empresas investigadas por suposta aplicação de golpes envolvendo falsos financiamentos. De acordo com a Polícia Civil, uma das empresas alvo possui aproximadamente 3 mil processos judiciais em território nacional, sendo cerca de 300 somente em Alagoas, além de 30 registros de ocorrência na Delegacia de Estelionatos.
O delegado Dalberth Pinheiro, responsável pela unidade especializada, afirmou que a iniciativa busca interromper supostas práticas fraudulentas contra consumidores. “Já é uma prática que está se tornando quase corriqueira, e a operação hoje cessou as atividades, lacrando a sede de duas dessas empresas”, declarou.
A delegada Michelly Santos, que também atua na Delegacia de Estelionatos, explicou que a fase atual teve caráter administrativo para impedir novas vítimas. “Foram meses de investigação. Esses boletins de ocorrência começaram a chegar em quantidade alarmante”, relatou, acrescentando que na primeira fase da operação foram cumpridos dois mandados de prisão e oito de busca e apreensão. A delegada destacou ainda que os investigados utilizariam “pessoas jurídicas” e “laranjas” em operação de abrangência nacional, com casos registrados em estados como Paraíba, Goiás e Santa Catarina.
As ações ocorreram nos bairros Jatiúca e Farol e contaram com a participação do Procon/AL e da Comissão de Direito do Consumidor da OAB/AL. A presidente da comissão, Rafaela Canuto, ressaltou a importância da atuação conjunta das instituições. “Essas empresas vêm ao mercado oferecendo serviços de financiamento quando, na verdade, ofertam contratos de consórcio, lesando o consumidor”, afirmou.
As investigações permanecem em andamento para identificar todos os envolvidos no esquema. O Procon/AL informou que a interdição foi determinada mediante processo administrativo após constatação de diversas irregularidades nas operações das empresas.













