A música, presente na vida da maioria das pessoas, vai muito além do entretenimento. Ela pode influenciar a personalidade, refletir estilos de vida e até servir como companhia para quem está sozinho. Além disso, seus efeitos positivos na saúde são notáveis: ajuda a fortalecer a memória, reduzir o estresse, aliviar dores e proporciona sensação de calma.
Pesquisadores do Programa de Oncobiologia da UFRJ descobriram que a música pode ter um efeito surpreendente: matar células tumorais. Um estudo em andamento desde 2010 mostrou que a “Quinta Sinfonia” de Ludwig van Beethoven provocou a morte de uma em cada cinco células MCF-7, associadas ao câncer de mama, após meia hora de exposição. A experiência sugere uma nova abordagem para o tratamento da doença, baseada em timbres e frequências sonoras.
A intenção do estudo é buscar alternativas ao tratamento convencional, que sejam menos agressivas e mais seguras. Márcia Capella, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho e coordenadora da pesquisa, destacou:
“Esta terapia costuma ser adotada em doenças ligadas a problemas psicológicos, situações que envolvam um componente emocional. Mostramos que, além disso, a música produz um efeito direto sobre as células do nosso organismo.”
Ainda não se sabe se a ação vem da sinfonia como um todo ou de um ritmo, timbre ou intensidade específicos. Quando esses elementos forem identificados, os cientistas planejam desenvolver composições sonoras voltadas para o tratamento do câncer. Nos próximos meses, serão testados também ritmos tradicionais brasileiros, como samba e funk.
“Ainda não sabemos que música e qual compositor vamos usar. A quantidade de combinações sonoras que podemos estudar é imensa”, concluiu Márcia Capella.
Embora a maior parte das publicações sobre o tema date de 2011, a discussão continua atual e controversa. O potencial de ondas sonoras para influenciar células cancerígenas segue sendo um assunto polêmico e que provoca reflexão na comunidade médica.








 
			 
			




