O senador Marcos do Val (Podemos-ES) disse, nesta quarta-feira (10/9), que se reuniu no início de junho com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux e que o teria dito ao magistrado que ele ficaria fora das sanções dos Estados Unidos e que ele “está com a missão de salvar [o ex-presidente Jair] Bolsonaro” em meio ao julgamento da tentativa de golpe.
Marcos do Val realizou uma live na manhã desta quarta enquanto o ministro Fux votava na ação penal. O magistrado abriu divergência do ministro-relator, Alexandre de Moraes, e votou pela absolvição da acusação de organização criminosa, deterioração ao patrimônio. Nas preliminares, o ministro indicou inadmissibilidade da ação por estar sendo julgado no Supremo, instância que segundo o magistrado é inadequada.
Segundo do Val, que exibiu supostas trocas de emails com o gabinete de Fux, ele e o ministro teriam se encontrado em 4 de junho durante o intervalo da sessão do STF. O encontro, segundo o ministro, teria sido alinhado com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio.
“Disse a ele o seguinte: converse com os seus colegas ministros sobre a gravidade dos crimes que Alexandre está cometendo (…) caso perceba que de fato vai iniciar uma mudança de rumos da sua postura dentro do STF, você não entrará na lista que vai ser apresentada onde estarão todos os outros ministros sem visto”, disse na transmissão.
Do Val disse, sem apresentar provas, que tratou do assunto com a equipe do governo norte-americano durante a viagem que fez aos EUA em julho – à revelia de uma decisão de Moraes que havia retido seu passaporte.
Disse ainda que iria se reunir ainda nesta quarta-feira com a equipe do Departamento de Estado dos EUA e que “depois de hoje, Fux está seguindo o que havia sido prometido”.
O Metrópoles entrou em contato com o Supremo Tribunal Federal e com a Embaixada dos Estados Unidos, por meio das suas respectivas assessorias de imprensa, para pedir uma manifestação oficial a respeito das alegações de Marcos do Val. Até a publicação desta reportagem, não houve manifestação. O espaço segue aberto.
Fonte: Metrópoles
