O governo Lula sofreu uma derrota no Congresso Nacional com a instalação da CPMI do INSS. Nos bastidores, ministros do Planalto admitem a surpresa com a reviravolta que deu o controle da comissão à oposição.
O senador Omar Aziz (PSD-AM), aliado do governo, perdeu a disputa pela presidência da CPMI para Carlos Viana (Podemos-MG) por 17 votos a 14. Em seguida, Viana escolheu o deputado Alfredo Gaspar (União-AL) como relator, contrariando o nome apoiado pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
A avaliação no Planalto é de que a escolha do novo relator, um apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, “vai dar mais trabalho” ao governo. Auxiliares de Lula atribuem a derrota a uma falha na articulação política.
Reunião de emergência e o escândalo do INSS
A perda do comando da CPMI levou a uma reunião de emergência entre ministros e a equipe de articulação política do governo para decidir os próximos passos.
A comissão foi criada para investigar o escândalo, revelado pelo portal Metrópoles, sobre a cobrança indevida de mensalidades de aposentados por associações. As reportagens do portal mostraram um crescimento de R$ 2 bilhões na arrecadação dessas entidades em um ano, enquanto respondiam a milhares de processos por fraude. As denúncias levaram à abertura de inquéritos pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU).
A CPMI é composta por 32 parlamentares, incluindo deputados e senadores da base aliada e da oposição.