A menos de um ano das eleições municipais de 2026, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vê crescer o alcance de medidas populares que podem impulsionar sua imagem rumo à reeleição. Uma das mais recentes é a aprovação, por unanimidade na Câmara dos Deputados, do projeto de lei que isenta do Imposto de Renda (IR) quem recebe até R$ 5 mil e reduz a alíquota para salários de até R$ 7.350. A mudança promete beneficiar mais de 15 milhões de brasileiros.
Paralelamente à reforma do IR, o governo federal tem demonstrado interesse em pautas sociais com forte apelo popular. Entre elas, está a proposta de extinguir a escala de trabalho 6×1 e reduzir a jornada semanal de 44 para 36 horas. A iniciativa, liderada pela deputada Erika Hilton (PSol), recebeu nova atenção após reunião com a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, no último dia 2 de outubro.
Embora a proposta tenha sido protocolada em fevereiro, ela vinha enfrentando resistência para avançar no Congresso. Agora, com o apoio articulado do Palácio do Planalto, o governo busca reunir líderes partidários e viabilizar a tramitação da PEC. Segundo levantamento da Nexus Pesquisa, 65% dos brasileiros são favoráveis ao fim do modelo 6×1.
Outra frente que deve ser explorada em breve pelo Executivo é o lançamento de um programa de crédito voltado para reformas habitacionais. O projeto tem como público-alvo a classe média, segmento que o PT tenta reconquistar de forma estratégica. Lula se reuniu recentemente com o ministro das Cidades, Jader Filho, para definir os últimos detalhes da proposta.
Com esse conjunto de ações, o governo busca consolidar sua base de apoio ampliando o alcance de políticas públicas que dialoguem com os interesses tanto das famílias de baixa renda quanto da classe média, em um claro movimento de olho nas urnas de 2026.
Pautas positivas
- A Câmara aprovou, nessa semana, o projeto de isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil. A medida é uma das principais promessas de campanha do petista.
- Após destravar o IR, o governo busca acelerar outras pautas que vão beneficiar desde famílias de baixa renda, até a classe média — eleitorado visado pelo petista.
- Pacote de benesses vem no momento em que o governo busca uma marca para o terceiro mandato de Lula.
- Entre os temas discutidos, estão o fim da escala 6×1, o programa de reforma de casas e a proposta para baratear o custo da CNH.
CNH mais barata
O governo federal está analisando a possibilidade de acabar com a obrigatoriedade de frequentar autoescola para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A proposta, segundo o Ministério dos Transportes, visa reduzir em até 80% os custos do processo e facilitar o acesso ao documento, especialmente para a população de baixa renda.
Com o aval do presidente Lula nesta semana, a medida ganhou força. O Ministério dos Transportes, liderado pelo ministro Renan Filho (MDB-AL), abriu uma consulta pública para ouvir a sociedade e receber sugestões sobre o tema, abrindo espaço para o debate sobre a modernização do processo de habilitação no Brasil.
Em resposta às críticas vindas de representantes do setor, o ministro Renan Filho afirmou, em entrevista ao Metrópoles, que o objetivo da proposta é ampliar o acesso e não prejudicar profissionais. Ele minimizou as previsões de fechamento em massa de autoescolas, destacando que a mudança ainda está em discussão e será construída com participação popular.
“Não vai ser o fim das autoescolas. Nós vamos acabar com a obrigação do cidadão procurar uma autoescola. Ele vai procurar a autoescola se ele desejar, se ela prestar um bom serviço, se ela facilitar a aprovação dele na prova. Se ele achar melhor estudar de outra maneira, ele vai poder estudar de outra maneira”, afirmou Renan Filho.