Foi oficialmente instituído durante a Cúpula do Clima, nesta quinta-feira (6), o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), mecanismo que prevê compensação financeira para nações em desenvolvimento que mantêm esse tipo de bioma. A iniciativa foi apresentada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como estratégia de mitigação das mudanças climáticas.
“Pela primeira vez na história, os países do Sul global terão um protagonismo em uma agenda de florestas. Elas retêm carbono, garantem fluxos hídricos e protegem a biodiversidade”, afirmou o presidente durante o lançamento. Lula acrescentou que “as florestas valem mais em pé do que derrubadas” e defendeu que “os serviços ecossistêmicos que prestam para a humanidade precisam ser remunerados”.
O plano estabelece remuneração de US$ 4 por hectare preservado, abrangendo mais de 70 países considerados elegíveis. O mecanismo funcionará como reserva de investimento administrada pelo Banco Mundial, permitindo que nações investidoras resgatem o capital, com financiamento proveniente dos lucros do fundo.
A projeção inicial prevê aportes de US$ 25 bilhões de governos nacionais e US$ 75 bilhões do setor privado, com expectativa de gerar US$ 4 bilhões anuais para conservação ambiental. Até o início da cúpula, apenas Brasil e Indonésia haviam confirmado contribuições publicamente, totalizando US$ 2 bilhões.
A meta é alcançar US$ 10 bilhões em recursos até o encerramento da COP30, em 21 de novembro. Portugal anunciou investimento de US$ 1,3 milhão, representando a primeira adesão europeia. Cerca de vinte nações teriam manifestado interesse em participar do fundo, segundo informações apuradas pela reportagem. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, não se pronunciou sobre possíveis aportes.













