A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) divulgou nesta semana que conseguiu evitar a suspensão do fornecimento de energia elétrica em unidades do Campus A. C. Simões, incluindo o Hospital Universitário Prof. Alberto Antunes. A medida seria executada pela Equatorial Energia Alagoas devido à inadimplência da instituição, mas foi suspensa temporariamente após negociações.
De acordo com a Pró-Reitoria de Gestão Institucional (Proginst), representantes da empresa estiveram no campus na quinta-feira, dia 29, com a intenção de interromper o serviço. No entanto, após diálogo com a Reitoria e outras instâncias administrativas da Ufal, foi possível garantir a continuidade do fornecimento de energia, ao menos por enquanto.
A Vice-Reitoria enviou um ofício à Equatorial solicitando a manutenção do serviço, enfatizando a essencialidade das atividades da universidade e propondo uma reunião para tratar dos débitos acumulados. A instituição busca uma solução negociada para evitar que os serviços sejam afetados.
A Ufal informou ainda que enfrenta sérias dificuldades orçamentárias, agravadas pela falta de repasses do governo federal. A crise tem impacto direto até mesmo no pagamento de bolsas acadêmicas ligadas à ação orçamentária 20GK, que financia atividades de graduação, pós-graduação, pesquisa e extensão. Os valores referentes ao mês de maio ainda não foram liberados.
A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) contestou, em nota oficial, a versão do Ministério da Educação sobre uma suposta suplementação orçamentária. Segundo a instituição, os recursos anunciados ainda não foram formalizados e, mesmo se liberados, representariam apenas uma recomposição parcial do orçamento previsto na PLOA 2025, antes dos cortes realizados pelo Congresso Nacional.
Dados anexados à nota, em forma de gráficos e planilhas, apontam que a Ufal acumula uma defasagem inflacionária de cerca de 58% no período de 2016 a 2025. De acordo com os cálculos da universidade, o orçamento discricionário atual, estimado em R$ 104 milhões, deveria ser superior a R$ 213 milhões para recompor as perdas acumuladas ao longo dos anos.
Sobre a dívida com a Equatorial Energia Alagoas, a Ufal informou que já efetuou o pagamento de R$ 1,1 milhão referente a faturas dos meses de janeiro a março. No entanto, ainda restam pendências que ultrapassam R$ 3,2 milhões, concentradas principalmente nos campi de Arapiraca, Sertão e A. C. Simões. A instituição atribui esses atrasos ao contingenciamento de verbas federais.
A Administração Central da universidade alertou dirigentes acadêmicos e coordenadores sobre o risco iminente de paralisação de serviços essenciais, incluindo atividades laboratoriais e hospitalares. A Ufal reiterou que vem adotando todas as medidas possíveis para evitar o colapso institucional e encerrou a nota lamentando a falta de uma política pública eficaz de financiamento das universidades federais, capaz de assegurar planejamento e funcionamento compatíveis com sua missão.