A Polícia Civil de Alagoas deflagrou nas primeiras horas desta quinta-feira (23) a Operação Contrato Cego, que investiga um grupo suspeito de aplicar golpes de falso financiamento imobiliário em todo o país. A ação foi realizada em Maceió e resultou na prisão de duas pessoas, além do cumprimento de mandados de busca e apreensão nos bairros da Jatiúca, Farol, Serraria, Santa Lúcia e Benedito Bentes. As informações foram divulgadas pela delegada Michelly Santos, da Delegacia de Estelionatos.
Segundo a Polícia Civil, o grupo é responsável por centenas de estelionatos, com pelo menos 120 vítimas identificadas em Alagoas. “Aqui em Alagoas temos 120 processos cíveis. Fora os boletins de ocorrência e a área criminal que a gente está investigando. Já no Brasil inteiro, são cerca de 3.700 processos. Eles atuavam de forma organizada e nessa fase da operação estamos investigando a ‘mão’ e o ‘braço’ do que atuava aqui no estado”, revelou a delegada Michelly Santos em entrevista à TV Pajuçara.
As investigações apontam que os suspeitos induziam as vítimas a assinar contratos de consórcio disfarçados de financiamentos imobiliários. Os golpes eram aplicados mediante o pagamento de uma entrada, acompanhada da promessa de entrega imediata do imóvel. O grupo usava pessoas jurídicas individuais para contratar corretores e captar clientes, principalmente por meio das redes sociais. Após atrair as vítimas, os integrantes as levavam a escritórios onde eram realizados os contratos e os pagamentos iniciais.
De acordo com a delegada Michelly Santos, a quadrilha mantinha duas sedes principais, mas trocava constantemente de endereço para dificultar o trabalho policial. “Eles ficam migrando de sede. A intenção deles era realmente não serem descobertos”, explicou.
A Operação Contrato Cego foi coordenada pelos delegados Dalberth Pinheiro e Michelly Santos, com participação de equipes da Delegacia de Estelionatos, Diretoria de Polícia Judiciária 1 (DPJ1), Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE), Setor de Planejamento Operacional, Delegacia Especializada de Roubos da Capital (DERC), Operação Policial Litorânea Integrada (OPLIT), 10° Distrito Policial (10°DP) e Departamento Estadual de Aviação (DEA).
O nome da operação faz referência à expressão “Contrato Cego”, que simboliza a cegueira induzida no momento da assinatura dos contratos, quando o engano fazia parte estruturante do golpe.













