Quando se fala em colesterol, a tendência é tratá-lo como um inimigo da saúde. No entanto, a realidade é mais complexa. O cardiologista Carlos Humberto Bezerra, do Hospital do Coração Alagoano, em Maceió, esclarece os principais mitos sobre a substância e destaca sua importância para o funcionamento do organismo.
De acordo com o especialista, o colesterol é uma substância gordurosa fundamental produzida pelo fígado e obtida também por meio da alimentação. Ele participa da produção de hormônios, vitamina D, ácidos biliares – essenciais para a digestão – e da manutenção da estrutura das células.
“É importante entender que o colesterol não é um vilão. Ele tem funções essenciais no nosso corpo. O que precisa ser monitorado são os níveis e o tipo de colesterol presente na corrente sanguínea, porque, dependendo da quantidade e do tipo, ele pode causar sérios danos à saúde cardiovascular,” explica Bezerra.
O cardiologista destaca que o colesterol se divide em dois tipos principais: o HDL, conhecido como “colesterol bom”, que age como um “faxineiro” do organismo ao remover o excesso de gordura das artérias; e o LDL, apelidado de “colesterol ruim”, que, em excesso, se acumula nas paredes dos vasos sanguíneos, formando placas que podem levar a infarto e AVC.
“Enquanto o HDL protege, o LDL em excesso pode causar danos sérios. Por isso, mais do que temer o colesterol, é preciso conhecê-lo, fazer exames regulares e buscar o equilíbrio,” reforça.
Outro fator de risco destacado pelo médico são os triglicerídeos, outro tipo de gordura no sangue que, quando em níveis altos, também elevam o risco de doenças cardiovasculares. O excesso costuma estar ligado a uma alimentação desequilibrada, sedentarismo e ingestão exagerada de carboidratos simples.
“Triglicerídeos altos geralmente estão relacionados a má alimentação, sedentarismo e consumo excessivo de carboidratos simples. Eles são um alerta vermelho para quem quer manter a saúde do coração,” alerta.
Para manter os níveis de colesterol e triglicerídeos sob controle, o médico recomenda uma alimentação rica em frutas, vegetais, fibras e gorduras boas (como azeite, castanhas e abacate), além de evitar frituras, alimentos ultraprocessados, açúcar e álcool. A prática regular de atividades físicas, o controle do peso e a suspensão do tabagismo também são fundamentais, assim como a realização de exames periódicos a partir dos 35 anos ou antes, caso haja histórico familiar.
Referência no atendimento cardiológico de alta complexidade 100% SUS, o Hospital do Coração Alagoano oferece suporte desde o diagnóstico até procedimentos cirúrgicos e acompanhamento ambulatorial.
“Nosso compromisso é com a prevenção, o cuidado integral e a educação em saúde da população alagoana. Informar corretamente sobre o colesterol é parte essencial dessa missão,” finaliza Carlos Humberto Bezerra.