O Brasil registrou uma queda significativa nos casos de dengue no início de 2025, em uma reversão em relação ao pior ano da história da doença, 2024. De acordo com o Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde, o país contabilizou 1.642.986 casos prováveis até o início de agosto, com 1.558 óbitos confirmados. Esse número representa uma redução de 74,2% nos casos prováveis e de 74,8% nas mortes, se comparado ao mesmo período de 2024, quando foram registrados 6.363.431 casos e 6.159 mortes. O estado de São Paulo lidera o ranking de casos prováveis, com 892.862 confirmações e 1.056 óbitos.
O ano de 2024 foi o mais grave da história do país em relação à dengue, com mais de 6,5 milhões de casos e 5.536 mortes confirmadas, o que representou um aumento de quatro vezes em relação a 2023.
Especialistas apontam que fatores como desigualdades sociais, falta de saneamento básico e habitações precárias são vulnerabilidades que contribuem para a disseminação da doença. Para combater a epidemia, o governo federal adotou diversas medidas, como a ativação do Centro de Operações de Emergência para Dengue e Arboviroses (COE-Dengue) em janeiro, a distribuição de 4,5 milhões de testes de diagnóstico e a expansão do método Wolbachia em 44 cidades.
A vacinação surge como uma das principais esperanças no combate à dengue. No Brasil, a vacina Qdenga foi incorporada ao SUS em dezembro de 2024, com um esquema de duas doses. A vacinação começou em fevereiro de 2024, focando inicialmente em crianças de 10 a 11 anos, em 67 municípios. Posteriormente, a faixa etária foi ampliada para adolescentes de 10 a 14 anos, e, em abril, foi autorizada para a faixa de 6 a 16 anos, conforme a disponibilidade de doses.
Mesmo com a redução expressiva nos casos de dengue em 2025, o Brasil ainda enfrenta um cenário desafiador. Com mais de um milhão de casos prováveis e centenas de mortes confirmadas, é fundamental que as ações de vigilância, controle do mosquito Aedes aegypti e a campanha de vacinação sejam mantidas e intensificadas. Os números, embora menores que os do ano anterior, reforçam a necessidade de um combate contínuo e eficaz à doença.