“Eu quero um futuro lindo, cheio de árvores e rios limpos, onde crianças possam brincar.”A frase, escrita com letras grandes e traçadas com cuidado por Eliza, de 7 anos, moradora de Alagoas, emocionou diplomatas e representantes internacionais durante a pré-COP30, realizada em Brasília.
A carta da menina, simples e repleta de esperança, foi uma das 1.300 mensagens enviadas por crianças de todo o Brasil para o evento que antecede a cúpula climática da ONU, marcada para novembro, em Belém (PA). A iniciativa é promovida pela ONG Alana e pelo Unicef, com apoio da presidência da COP30, e busca sensibilizar líderes globais sobre os impactos das mudanças climáticas nas comunidades mais vulneráveis e no futuro das novas gerações.
Entre os bilhetes reunidos, surgem apelos diretos e emocionantes. “Os senhores têm que se unir para preservar a Amazônia”, escreveu Mariana, de 12 anos, de Minas Gerais. Já Sara, de 15, da Paraíba, destacou que “o racismo ambiental é uma barreira para a construção de um futuro climático mais justo e sustentável para todos”.
Mas foi a mensagem de Eliza que mais tocou os participantes. Com sua escrita infantil — “futuru lindo cheio di arvori e rios linpos” —, ela sintetizou o que especialistas chamam de esperança climática: a capacidade das novas gerações de imaginar um planeta melhor, mesmo diante de desafios globais.
Durante a cerimônia, diplomatas receberam as cartas acompanhadas de uma mensagem do embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30. Ele destacou a importância de ouvir crianças e adolescentes, “que viverão por mais tempo as consequências das decisões tomadas hoje”.
A pré-COP30 ocorre a menos de um mês da conferência principal, que será realizada de 10 a 21 de novembro, em Belém. O encontro preparatório é considerado fundamental para alinhar posições entre os países e definir as propostas que serão debatidas durante a cúpula.
Em outra carta entregue aos líderes, Gustavo, de 16 anos, do Pará, resumiu o sentimento comum entre os jovens participantes: “O Brasil é um dos países mais vulneráveis às mudanças climáticas. Amar é conservar.”