Ronaldo Caiado (foto) quer ser candidato a presidente da República, mas o União Brasil, partido do qual é filiado, dispensa a candidatura do governador de Goiás. A legenda se juntou ao PP na federação União Progressista, com o projeto de apoiar Tarcísio de Freitas na corrida presidencial. Caiado fala grosso e dá soco na mesa, mas já percebeu que não tem como mudar a decisão da máquina partidária da qual é apenas uma peça.
Quem manda na federação União Progressista é Antônio Rueda e o senador Ciro Nogueira. A dupla é a cara desse ajuntamento partidário, poluído por um reacionarismo atávico, a serviço da extrema direita. Caiado combina integralmente com tais princípios, mas, ainda assim, não interessa à cúpula da facção. O governador vive um drama.
O governador goiano tem duas opções. Ou se contenta em disputar o Senado, por exemplo, ou procura outro partido disposto a bancar sua aventura pessoal. Esse tipo de encrenca parece disseminado nos porões da extrema direita, mas não apenas por aí.
Vou falar de Alagoas, mas antes vejam o caso de Santa Catarina. A deputada federal Caroline de Toni era a candidata “natural” do PL ao Senado. Mas o governador Jorginho Melo e outros figurões do partido escantearam a parlamentar em nome do perturbado vereador Carlos Bolsonaro. Atropelada pelos donos da legenda, já negocia com o Novo.
Eduardo Bolsonaro, o dublê de deputado federal que fugiu para os Estados Unidos, delira com uma candidatura a presidente. O sujeito não se conforma que os aliados procurem um nome para o lugar que seria de Jair, o condenado a 27 anos de prisão. Mas Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, trata a hipótese Eduardo candidato como piada.
Ciro Gomes se filiou ao PSDB com uma ideia na cabeça: disputar pela quinta vez a cadeira de presidente. O que sobrou do tucanato, no entanto, não leva isso nem um pouco a sério. A turma o aceitou de volta para ele brigar pelo governo do Ceará, numa aposta para derrotar o PT e a aliança pela esquerda que governam o estado faz tempo.
Por aqui, Ronaldo Lessa gostaria de ser o candidato à sucessão de Paulo Dantas no Palácio dos Palmares. Mas o atual vice-governador sabe que isso não está nos planos do grupo que comanda o estado. Do jeito que vão as coisas, o ministro Renan Filho parece cada vez mais certo como candidato. Um retorno após quatro anos.
O deputado federal Alfredo Gaspar, da mesma federação União Progressista, não pensa em outra coisa a não ser numa eleição para o Senado. A atuação teatral na CPI do INSS fortalece o nome do parlamentar. Mas, também ele, é alvo da rejeição da cúpula de seu próprio partido. Para o cargo, o preferido é o deputado federal Arthur Lira.
Todos esses nomes – e outros que devo ter esquecido, ou desconheço – vivem esta desconfortável realidade: mesmo com alguma chance de êxito, são barrados pela própria turma, descartados dentro de casa. Na política (e na vida) é assim mesmo.
Fonte – Cada Minuto / Célio Gomes













