A proposta de anistia para aqueles envolvidos nas invasões das sedes dos três Poderes em 8 de janeiro de 2023, defendida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), gerou intensos debates na Assembleia Legislativa de Alagoas.
Durante a sessão, o deputado Cabo Bebeto (PL) expressou sua preocupação com a desproporcionalidade das condenações relacionadas aos eventos daquele dia.
Embora reconheça a necessidade de responsabilização para os que cometeram atos de vandalismo e invasão, Bebeto questionou a severidade das penas impostas: “Não é justo com as vítimas essas condenações, se compararmos com crimes mais bárbaros”.
O parlamentar exemplificou sua preocupação ao mencionar casos de estupro, onde as penas são significativamente menores do que aquelas atribuídas aos envolvidos nas invasões.
“Alguém achar que o cidadão que entrou, depredou e quebrou uma cadeira merece pegar 17 anos de cadeia, enquanto outros crimes hediondos punem por menos que isso”, enfatizou.
As palavras de Cabo Bebeto surgiram em resposta ao discurso do deputado Ronaldo Medeiros (PT), que condenou veementemente os invasores, chamando-os de “criminosos”.
“Após a invasão do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal, com quebra-quebra e depredação, essa proposta de anistia é no mínimo indecente e indecorosa”, afirmou Medeiros.
O deputado do PT também alertou para a possibilidade de eventos semelhantes ocorrerem nas sedes dos três Poderes em Alagoas, destacando os potenciais danos à democracia local.
“Já imaginou, após destruições da Casa de Tavares Bastos, Palácio do Governo e Tribunal de Justiça, termos aqui alguém defendendo a anistia para criminosos contra nossa democracia?”, questionou Medeiros.
