O economista norte-americano Paul Krugman, ganhador do Prêmio Nobel de Economia, afirmou que o Brasil pode ter inventado “o futuro do dinheiro” com a criação do Pix. Em artigo publicado nesta terça-feira (22/7), intitulado O Brasil inventou o futuro do dinheiro?, o professor da Universidade da Cidade de Nova York elogia a eficiência e a inovação do sistema de pagamentos instantâneos desenvolvido pelo Banco Central do Brasil.
Krugman compara o Pix ao Zelle, sistema similar utilizado nos Estados Unidos, e destaca que a solução brasileira é “mais fácil de usar” e possui taxas de transação baixas, o que contribui para a inclusão financeira.
“Será que um sistema como o Pix virá para os EUA? Provavelmente, não. Porque o setor financeiro americano não permitirá que um sistema público superior concorra com ele”, afirmou.
O economista também aponta que a rapidez das operações do Pix e sua ampla aceitação entre a população são sinais de um modelo mais avançado do que o encontrado em outras economias desenvolvidas, inclusive a americana.
Além do aspecto tecnológico, Krugman fez uma crítica indireta ao cenário político dos EUA, destacando diferenças em relação ao Brasil.
“Lá eles realmente julgam ex-presidentes que tentam sabotar eleições. Além disso, os grupos de interesse que, ao menos por enquanto, tornam impossível uma moeda digital nos EUA parecem ter muito menos poder por lá”, disse em outro trecho do artigo.
Quem é Paul Krugman
Paul Krugman, 71 anos, é professor titular da Universidade da Cidade de Nova York e um dos economistas mais influentes do mundo. Em 2008, recebeu o Prêmio Nobel de Economia por suas contribuições à teoria do comércio internacional e à geografia econômica. Autor de diversos livros e colunista do The New York Times, Krugman é conhecido por suas análises críticas e por defender maior intervenção do Estado em setores estratégicos da economia.