O governo brasileiro apresentou nesta quarta-feira (5) uma proposta com reformas em instituições financeiras internacionais e regras do sistema econômico global para viabilizar o financiamento de ações climáticas. O “Roteiro de Baku a Belém”, elaborado pela presidência brasileira da COP30, tem como objetivo alcançar US$ 1,3 trilhão em recursos anuais para o clima.
A iniciativa busca garantir que países em desenvolvimento obtenham financiamento adequado para enfrentar a crise climática. O plano prevê a atuação coordenada de instituições como Nações Unidas, FMI, bancos de desenvolvimento, seguradoras e agências de classicação de risco na agenda climática.
Entre as principais medidas está a sugestão para que a ONU desenvolva estudo sobre reestruturação de dívidas de nações pobres em troca de investimentos ambientais. A proposta também inclui a criação de diretrizes para empréstimos considerados “responsáveis” e a avaliação de políticas nacionais sobre o clima.
No âmbito financeiro, o documento defende mudanças nas regras do sistema bancário global, incluindo uma “reinterpretação” dos Acordos de Basileia “para que regras prudenciais reflitam com precisão riscos financeiros relevantes, incluindo aqueles decorrentes de choques relacionados ao clima”.
O Brasil propõe ainda que o FMI realize nova emissão de Direitos Especiais de Saque (SDRs) direcionados exclusivamente a financiamentos climáticos. O setor de seguros é convidado a desenvolver proteções contra desastres ambientais que possam baratear o crédito para projetos sustentáveis.
O plano também solicita que as agências de classificação de risco revisem suas metodologias para incorporar variáveis climáticas na avaliação de países e empresas. A proposta inclui ainda que as 100 maiores empresas e os 100 maiores gestores de recursos do planeta publiquem relatórios anuais detalhando suas contribuições para o alcance das metas climáticas globais.













