O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos (PSOL-SP), criticou nesta sexta-feira (31/10) a articulação de governadores de direita que formaram o chamado “consórcio da paz” após a megaoperação contra o Comando Vermelho (CV) no Rio de Janeiro. Segundo ele, a iniciativa teria o objetivo de “atiçar o intervencionismo estrangeiro contra o Brasil”.
“Governadores de extrema-direita se reuniram para atacar o governo federal e defender a posição de Trump, que classifica o narcotráfico como terrorismo. Não é uma definição ingênua: é a base retórica que os EUA têm usado para justificar intervenção armada na América Latina”, escreveu Boulos nas redes sociais.
Na quinta-feira (30), seis chefes de governos estaduais se encontraram no Palácio Guanabara, sede do governo do Rio de Janeiro, após a operação policial que deixou 121 mortos, entre civis e agentes de segurança.
Participaram da reunião: Celina Leão (PP), vice-governadora do Distrito Federal; Eduardo Riedel (PP), governador do Mato Grosso do Sul; Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina; Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais; Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás; e Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, que participou por videoconferência.
Durante o encontro, os governadores firmaram um acordo para pressionar pela aprovação do projeto de lei que classifica facções criminosas — como o PCC e o CV — como organizações terroristas. O governo Lula se opõe à proposta, argumentando que esses grupos não têm motivação ideológica, o que os diferencia de organizações terroristas segundo a legislação atual.
Boulos também afirmou que, se os governadores “estivessem realmente preocupados com o combate ao crime organizado, teriam apoiado a PEC da Segurança Pública proposta pelo governo federal”.
“Querem apenas usar a crise do Rio de Janeiro para fazer demagogia eleitoral. Lamentável!”, concluiu o ministro.













