Nessa terça-feira (12), os mercados financeiros brasileiros registraram forte reação positiva. O dólar caiu 1,06% frente ao real, sendo negociado a R$ 5,38, alcançando a menor cotação em mais de um ano, próxima do valor de R$ 5,37 registrado em junho de 2024.
Enquanto isso, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), encerrou o dia em alta de 1,69%, atingindo 137.911 pontos.
O desempenho positivo dos mercados nesta terça-feira foi impulsionado pela divulgação de dados de inflação no Brasil e nos Estados Unidos, que surpreenderam de forma favorável os investidores.
Nos EUA, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) registrou alta de 0,2% em julho na comparação mensal, em linha com as expectativas do mercado. No acumulado anual, o CPI total subiu para 2,7%, enquanto o núcleo do índice avançou 0,3% no mês, totalizando 3,1% em 12 meses — acima do projetado pelos analistas.
Segundo Paula Zogbi, estrategista-chefe da Nomad, de forma geral, os dados apontam que as tarifas comerciais têm um impacto moderado sobre a inflação. “O mercado interpretou o dado de forma benigna, indicando que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) pode manter sua postura cautelosa, mas corroborando a expectativa de cortes de juros a partir de setembro.”
Corte de juros
A simples expectativa de uma redução na taxa básica de juros nos Estados Unidos, atualmente entre 4,25% e 4,50%, exerce forte influência sobre os mercados. Caso a medida seja confirmada, é provável que investidores aumentem o interesse por ativos de maior risco, como ações.
Esse cenário ajudou a impulsionar os índices de Nova York: às 16h40, o S&P 500 subia 1,07%, o Dow Jones avançava 1,04% e o Nasdaq, focado em empresas de tecnologia, registrava alta de 1,34%.
IPCA
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho registrou alta de 0,26%, ficando abaixo da projeção do mercado, que estimava um avanço de 0,37%. “Embora tenha havido uma leve aceleração em relação a junho (0,24%), a surpresa de queda em relação ao consenso foi bem-recebida”, diz Paula Zogbi.
De acordo com ela, o número destaca a “tese de desinflação e, em conjunto com o ambiente internacional mais favorável, contribuiu para um dia positivo no Ibovespa e de quedas dos juros futuros, refletindo a percepção de um cenário mais controlável para a inflação”. “Potencialmente, abre espaço para a retomada do ciclo de cortes da Selic, embora a inflação continue consideravelmente acima da meta do Banco Central (BC)”, diz.
Dólar
Por volta das 16h40, o dólar registrava queda no mercado internacional. O índice DXY, que compara a força do dólar frente a seis moedas fortes, euro, iene, libra esterlina, dólar canadense, coroa sueca e franco suíço, recuava 0,45%.
No mesmo período, a moeda americana também se desvalorizava frente a divisas de países emergentes, caindo 0,35% ante o peso mexicano e 0,28% em relação ao peso colombiano.
Ibovespa
O Ibovespa fechou em alta influenciado não apenas pelos dados positivos de inflação, mas também pela valorização de ações de grande peso no índice. Entre os destaques, os papéis da Vale avançaram 1,36% às 16h50, enquanto ações de bancos como o Itaú subiram 2,44%. Já as ações da Petrobras permaneceram praticamente estáveis, com leve recuo de 0,06% no mesmo horário.