Uma pesquisa publicada na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) na última segunda-feira (13), indica que cérebros masculinos sofrem maior perda de volume durante o envelhecimento natural, embora as mulheres mantenham maior prevalência de Alzheimer – contradizendo a teoria de que a atrofia cerebral seria o principal fator explicativo para a doença.
O acompanhamento de centenas de adultos com exames de ressonância magnética repetidos ao longo de vários anos demonstrou que homens experimentam redução de volume em mais áreas cerebrais durante o envelhecimento saudável. Os resultados contrariam a expectativa inicial de que mulheres teriam envelhecimento cerebral acelerado, que justificasse sua maior susceptibilidade à demência.
De acordo com a investigação, a explicação para a discrepância na incidência de Alzheimer deve envolver mecanismos além da atrofia estrutural. Entre os fatores mencionados estão:
- Acúmulo de proteínas beta-amiloides;
- alterações no metabolismo energético;
- processos inflamatórios;
- variações hormonais, particularmente a queda de estrogênio após a menopausa;
- diferenças genéticas e na capacidade de reparo celular.
Conclusão da pesquisa
Os cientistas sugerem que mulheres podem experimentar transformações mais sutis em conectividade neural ou função metabólica não detectáveis pela medição volumétrica. A equipe defende que futuras investigações integrem imagens cerebrais com biomarcadores moleculares e dados genéticos para compreender a interação entre envelhecimento e diferenças sexuais no risco de Alzheimer.
O estudo conclui que a resposta para a maior prevalência feminina da doença provavelmente reside num conjunto complexo de fatores biológicos, exigindo abordagens personalizadas para prevenção e tratamento.