A execução do ex-prefeito de São Pedro, Miguel Cabral, na noite de segunda-feira (3), no Largo do Atheneu, em Natal, gerou uma forte repercussão não apenas na cidade, mas também nas redes sociais. Entre as reações mais intensas, a de sua própria prima, Ana Clara Cabral, chamou a atenção. Em uma publicação carregada de emoção e ressentimento, ela celebrou a morte do político, a quem acusa de ter assassinado seu irmão em 2014.
“Não tem data melhor pra mim, sabe por quê?”, escreveu Ana Clara. “Porque nesse exato momento eu recebo a notícia que a pessoa imunda, o imundo que ceifou a vida do meu irmão, primo dele, acabou de morrer. E que interessante, morreu da mesma forma covarde que ele tirou a vida do meu irmão. Engraçado, ele morreu fazendo a mesma coisa que o meu irmão fez, falando o nome de quem tirou a vida dele.”
As palavras da prima do ex-prefeito escancaram um rancor de longa data e refletem uma sensação de justiça pessoal diante da tragédia. Na mesma publicação, Ana Clara relembrou o assassinato do irmão e fez questão de frisar que, na época, a vítima morreu revelando o nome do atirador.
“Ele não esperou que meu irmão ficasse vivo e, quando meu irmão foi resgatado, morreu dizendo o nome dele. Sabe qual era o nome? Miguel. Foi meu primo Miguel. Foi meu primo Miguel Cabral que atirou em mim. Pois é. E hoje, agora, acabo de saber que ele morreu do mesmo jeito. Atiraram nele e ele morreu pedindo ajuda e falando o nome de quem fez essa bondade com ele.”
Por fim, Ana Clara usou um ditado popular para reforçar sua opinião sobre o ocorrido: “Aqui se faz, aqui se paga, já dizia o velho ditado, viu? E olha o que é verdade. Bem verdade.”
Investigação e buscas pelos responsáveis
O ex-prefeito Miguel Cabral foi alvejado a tiros enquanto estava em uma cigarreira no Largo do Atheneu. Além dele, outras duas pessoas foram atingidas no ataque. Ferido, ele chegou a ser socorrido e levado ao Hospital Rio Grande, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu durante a transferência para o Hospital Walfredo Gurgel.
A Polícia Civil do Rio Grande do Norte investiga o crime e, em nota, afirmou que a motivação ainda está sendo apurada. A Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) foi acionada para conduzir as diligências iniciais no local.
“A Polícia Civil, ao tempo que informa que priorizará a elucidação deste delito, solicita a colaboração da população para o avanço das investigações. Informações que possam contribuir com a identificação dos envolvidos na ação delituosa podem ser repassadas, de forma anônima, pelo Disque Denúncia 181.”
O assassinato de Miguel Cabral abre mais um capítulo de violência no Rio Grande do Norte e evidencia conflitos que, mesmo após anos, seguem vivos dentro de algumas famílias. Enquanto as autoridades tentam esclarecer os responsáveis pelo atentado, as palavras de Ana Clara Cabral nas redes sociais adicionam um elemento ainda mais tenso à história, refletindo como tragédias do passado ainda ecoam nos dias de hoje.