O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, nessa quarta-feira (29) uma ação articulada entre os órgãos de segurança para combater as facções criminosas no Rio de Janeiro, sem colocar em risco policiais e civis inocentes. A declaração é a primeira manifestação pública do presidente após a megaoperação policial realizada na terça-feira (28), que resultou em mais de 130 mortos, segundo a Defensoria Pública do Estado.
“Não podemos aceitar que o crime organizado continue destruindo famílias, oprimindo moradores e espalhando drogas e violência pelas cidades. Precisamos de um trabalho coordenado que atinja a espinha dorsal do tráfico sem colocar policiais, crianças e famílias inocentes em risco”, afirmou Lula.
O presidente citou como exemplo a operação da Polícia Federal realizada em agosto, voltada ao combate à atuação do crime organizado, em especial do Primeiro Comando da Capital (PCC), na cadeia produtiva de combustíveis.
“Foi exatamente o que fizemos em agosto na maior operação contra o crime organizado da história do país, que chegou ao coração financeiro de uma grande quadrilha envolvida em venda de drogas, adulteração de combustível e lavagem de dinheiro”, acrescentou.
PEC da Segurança e reunião com ministros
Lula destacou ainda que, com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança, enviada ao Congresso Nacional em abril, o governo pretende garantir integração entre as forças policiais no enfrentamento ao crime organizado.
“Com a aprovação da PEC da Segurança, vamos garantir que as diferentes forças policiais atuem de maneira conjunta no enfrentamento às facções criminosas”, afirmou.
Lula se reuniu com ministros no Palácio da Alvorada nesta manhã para discutir a situação. Estiveram presentes o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin; e os ministros da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski; de Relações Exteriores, Gleisi Hoffmann; da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira; da Casa Civil, Rui Costa; dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo; e da Igualdade Racial, Anielle Franco.
Após a reunião, Rui Costa e Lewandowski viajaram ao Rio de Janeiro, onde se encontraram com o governador Cláudio Castro (PL) para tratar das ações conjuntas de segurança.
Castro defende integração entre governos
Também nesta quarta, Cláudio Castro reforçou a necessidade de atuação coordenada entre os diferentes níveis de governo no combate às facções criminosas, comparando a cooperação à lógica dos Poderes da República — “independentes, porém harmônicos”.
“O Rio de Janeiro sozinho tem condições de vencer batalhas, mas não tem condições de vencer a guerra. A guerra somente juntos conseguiremos vencer”, afirmou o governador.
