O cartão de crédito Hipercard, criado em 1968 como um programa de fidelidade da rede de supermercados Bompreço, encerrou oficialmente suas atividades como bandeira no último domingo (29). O anúncio foi feito pelo Itaú Unibanco, atual controlador da marca, que confirmou que os clientes da bandeira passarão a utilizar o novo Hipercard Mastercard Platinum, com maior aceitação nacional e internacional, além de novos benefícios.
A mudança marca o fim de uma era no mercado de pagamentos brasileiro, especialmente no Nordeste, onde o Hipercard construiu uma base de clientes fiel e relevante ao longo de mais de cinco décadas. Segundo o Itaú, os antigos cartões com a bandeira Hipercard deixaram de funcionar nesta segunda-feira (30), e os novos plásticos já começaram a ser enviados aos usuários, que devem ativá-los para continuar utilizando seus limites de crédito.
O banco afirmou que a atualização faz parte de sua estratégia para modernizar os produtos oferecidos e ampliar a integração entre os serviços. Com mais de 15 milhões de clientes sem conta corrente, espalhados por diferentes plataformas (como Hipercard, Iti e Credicard), o Itaú agora aposta em um Super App, reunindo todos os serviços bancários em um único aplicativo.
Com mais de 1 milhão de estabelecimentos parceiros e cerca de 32 milhões de transações por mês, o Hipercard teve um papel marcante no acesso ao crédito, principalmente para consumidores das regiões Nordeste e Sul do país. Em seus anos de auge, chegou a representar 3,7% do mercado nacional de cartões de crédito, percentual comparável ao da American Express.
Após ser adquirido pelo Itaú Unibanco em 2004, quando o Walmart comprou a rede Bompreço, o Hipercard passou por diversas transformações. Em 2011, tornou-se um negócio exclusivamente emissor. Três anos depois, em 2014, foi criado o arranjo de pagamentos Hiper/Hipercard, que separou as funções de emissão e bandeira. Em 2019, a marca voltou a ganhar destaque nos cartões de crédito com design exclusivo.
A descontinuação da bandeira, segundo o banco, é mais um passo em direção à digitalização e integração dos serviços financeiros, oferecendo soluções mais flexíveis e conectadas ao perfil atual dos consumidores. A migração completa para o novo modelo deve ser concluída até o fim de 2025.