O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,26% em julho. Nesta terça-feira (12), o órgão divulgou também que, no acumulado de 2025, a inflação alcançou 3,26%, e, em 12 meses, 5,23%.
Os dados divulgados ficaram aquém das expectativas do mercado. Segundo a mediana das previsões de economistas entrevistados pela Reuters, a inflação mensal de julho deveria ter sido de 0,37%, e o índice acumulado em 12 meses, de 5,33%.
Apesar disso, o índice oficial ainda está acima da meta do Banco Central, que prevê um teto de 4,5% para o período de um ano, já incluindo a margem de tolerância.
Segundo o IBGE, a energia elétrica residencial voltou a ser o item que mais impactou o índice de inflação em julho, contribuindo com 0,12 ponto percentual. No acumulado do ano, o preço da energia subiu 10,18%, registrando a maior alta para o período entre janeiro e julho desde 2018.
O aumento dos custos foi influenciado pela permanência da bandeira tarifária vermelha patamar 1, além de reajustes aplicados por concessionárias em São Paulo (10,56%), Curitiba (2,47%) e Porto Alegre (1,48%). Sem considerar o efeito da energia elétrica, o IPCA teria registrado uma alta de apenas 0,15% no mês.
Ainda no mês de julho, o grupo Habitação registrou alta de 0,91%, impactando o índice em 0,14 ponto percentual, puxado principalmente pelos reajustes nas tarifas de água e esgoto em cidades como Salvador, Brasília e Rio Branco.
O preço das passagens aéreas teve um salto de 19,92% em julho, representando o segundo maior impacto individual no índice, com 0,10 ponto percentual de contribuição. Esse aumento foi um dos fatores que elevou a inflação do setor de Transportes de 0,27% em junho para 0,35% no mês seguinte, também influenciada pelos reajustes nas tarifas do transporte público em cidades como Brasília, Belém e Curitiba.
Em contrapartida, os combustíveis registraram queda de 0,64%, com recuo nos valores do etanol, óleo diesel, gasolina e gás veicular.
O segmento de Despesas Pessoais registrou alta de 0,76%, influenciado sobretudo pela elevação de 11,17% nos jogos de azar, que teve o terceiro maior impacto individual no índice geral, contribuindo com 0,05 ponto percentual.
Em contraste, o grupo Alimentação e Bebidas apresentou uma queda de 0,27%, a segunda consecutiva, puxada principalmente pelas quedas acentuadas nos preços da batata-inglesa (-20,27%), cebola (-13,26%) e arroz (-2,89%).
Já o custo da alimentação fora do domicílio acelerou sua alta, passando de 0,46% em junho para 0,87% em julho, reflexo do aumento do consumo durante o período de férias. O setor de Vestuário também teve recuo, com redução de 0,54%, principalmente em roupas femininas e masculinas.
No panorama regional, São Paulo liderou as altas em julho, registrando variação de 0,46%, impulsionada principalmente pelos aumentos nos custos da energia elétrica e das passagens aéreas. Em contrapartida, Campo Grande registrou deflação de 0,19%, influenciada pela queda nos preços da batata-inglesa e da energia elétrica.
Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) registrou avanço de 0,21% no mês de julho, acumulando uma alta de 3,30% no acumulado do ano e 5,13% nos últimos 12 meses.