Alagoas registrou uma das maiores transformações sociais do país na última década. Entre 2012 e 2024, o estado liderou o crescimento da renda per capita no Nordeste e apresentou a segunda maior redução da taxa de pobreza da região, superando inclusive a média nordestina. Os dados são de um levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), com base na Pnad Contínua, do IBGE.
A renda per capita no estado teve alta acumulada de 48,5% no período analisado, superando os resultados de Maranhão (42,6%), Bahia (41,3%) e Rio Grande do Norte (46,6%). Ao mesmo tempo, a taxa de pobreza caiu de 60,7% para 41,4%, o que representa uma retração de 19,3 pontos percentuais. No Nordeste, apenas a Bahia teve queda ligeiramente maior, com 19,4 p.p.
Os dados mostram que os avanços se intensificaram nos últimos dois anos. De 2022 a 2024, a renda média da população alagoana cresceu 31,7%, saindo de R$ 1.000 para R$ 1.317 — o segundo maior crescimento do país no intervalo. Já a taxa de pobreza teve uma queda de 13,1 p.p. nesse mesmo período, ficando atrás apenas da Bahia e da Paraíba no comparativo regional.
A metodologia utilizada pelo estudo considera o critério de pobreza a partir do rendimento domiciliar per capita. Para esse cálculo, o limite de pobreza é fixado em R$ 696 por mês e o de extrema pobreza em R$ 218, conforme parâmetros do Banco Mundial.
A redução da pobreza em Alagoas é resultado direto da melhora na renda da população. Os números apontam para um processo de recuperação social em curso, que se reflete também em outros indicadores estaduais. No Ranking de Competitividade dos Estados, do Centro de Liderança Pública, Alagoas saltou da última colocação em 2015 para a 17ª posição em 2025. O avanço está associado a melhorias em áreas como segurança pública, infraestrutura e eficiência da gestão.
Embora desafios estruturais ainda persistam, os resultados apontam para um novo momento econômico e social no estado. O aumento da renda e a redução da pobreza indicam que Alagoas começa a reverter, gradualmente, um histórico de vulnerabilidade social.