A polêmica proposta que busca legalizar cassinos, bingos, jogo do bicho e outras modalidades de apostas no Brasil teve sua votação adiada mais uma vez no Senado Federal. A análise do projeto estava prevista para a tarde desta terça-feira (8), mas foi retirada de pauta pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), após pedidos de parlamentares e diante do baixo quórum no plenário.
“Temos oito ou nove senadores que estão fora do Brasil, em missão oficial, e eu falei com todos eles, que solicitaram a esta presidência que gostariam de estar no dia da deliberação dessa matéria”, explicou Alcolumbre durante sessão no plenário. Segundo ele, ao menos sete requerimentos já haviam sido protocolados pedindo o adiamento da votação.
A proposta divide a Casa Legislativa e enfrenta forte resistência, especialmente por parte da bancada evangélica. O líder do Podemos, senador Carlos Viana (MG), criticou duramente o projeto. “Cassinos não geram riqueza ou empresas. Cassinos geram lavagem de dinheiro”, afirmou.
Apesar da pressão contrária, o relator do projeto, senador Irajá (PSD-TO), considera o adiamento como uma manobra estratégica para angariar votos e fortalecer a base de apoio à proposta. Segundo ele, a legalização dos jogos poderia gerar empregos, atrair investimentos turísticos e aumentar a arrecadação federal.
O projeto foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) em 2023, mas permanece travado no plenário desde então. A ausência de consenso político tem sido um dos principais entraves para sua votação definitiva.
Ainda não há nova data definida para a apreciação do texto. Enquanto isso, o tema segue mobilizando tanto parlamentares quanto setores econômicos e religiosos, que veem na proposta caminhos distintos para o futuro do país — entre oportunidades econômicas e riscos sociais.