Pesquisadores brasileiros e norte-americanos descobriram que mulheres com declínio cognitivo apresentam níveis mais baixos de carnitina livre e acetil-L-carnitina no sangue. A pesquisa analisou amostras de sangue e líquor de 125 pacientes no Brasil e nos EUA, revelando que quanto mais grave o quadro, menores os níveis dessas moléculas. O estudo envolveu diversas instituições renomadas e foi publicado na Molecular Psychiatry.
Os cientistas encontraram uma forte correlação entre a carnitina e os marcadores tradicionais do Alzheimer, sugerindo um possível novo alvo terapêutico. Além disso, os resultados podem ajudar a entender por que mulheres têm maior risco de desenvolver a doença, já que a redução da carnitina foi observada apenas nelas. No entanto, os pesquisadores alertam que ainda não é possível afirmar que a suplementação de carnitina possa prevenir ou tratar o Alzheimer.
A carnitina é essencial para a queima de gordura e também regula mecanismos epigenéticos no cérebro, fundamentais para a função das sinapses. Estudos anteriores com camundongos já haviam sugerido um papel dessa substância na melhora cognitiva. No entanto, os pesquisadores reforçam a necessidade de mais estudos para confirmar se a redução da carnitina tem um papel causal no Alzheimer.
A pesquisa também contribui para entender por que o Alzheimer é mais comum em mulheres. Além da longevidade, fatores como diferenças hormonais, genética ligada ao cromossomo X e menor escolaridade em gerações anteriores podem influenciar o risco. Apesar das limitações, especialistas consideram o estudo um avanço importante para futuras pesquisas sobre o impacto da carnitina na neurodegeneração.
Fonte – Extra